O mercado publicitário brasileiro voltou a mostrar vigor em 2010 e movimentou R$ 35,9 bilhões, um salto de 17,7% sobre os R$ 30,5 bilhões do ano anterior. Foi a maior expansão do setor em seis anos, menor apenas que o avanço de 25,7% em 2004. Os dados são do Projeto Inter-Meios, coordenado pelo grupo Meio & Mensagem (M&M) em parceria com a PricewaterhouseCoopers (PwC), e revelam também que, do volume total movimentado no ano passado, R$ 29,1 bilhões foram consumidos pelos anunciantes na compra de espaço publicitário em veículos de comunicação.
Alem do consumo aquecido o ano todo pelo aumento da renda e pelo desemprego em queda, dois grandes eventos ajudaram a impulsionar os negócios da industria da propaganda no ano passado: a Copa do Mundo da África do Sul, que mobilizou os grandes anunciantes privados, e as eleições para governador e presidente, que estimularam os gastos públicos com marketing.
TV aberta cresce 21,6% e movimenta R$ 16,4 bilhões
Como a Copa aconteceu no meio do ano, e os governos (estaduais e federais) em ano eleitoral só podem investir em publicidade ate 30 de junho, houve forte concentração de negócios na primeira metade de 2010.
Os investimentos publicitários cresceram 29,8% em relação ao primeiro semestre de 2009. O mercado no ano cresceu quase 18% depois de ficar quase estabilizado em 2009 (alta de 3,9% ante 2008) e, agora, a perspectiva e termos alguns anos bons pela frente, se a economia realmente seguir crescendo entre 4,5% e 5% . diz Jose Carlos Salles Neto, presidente do grupo M&M, que prevê um crescimento de 10% no mercado para 2011.
A internet voltou a ser o meio em que os investimentos publicitários mais aumentaram: 27,9% em comparação com 2009, fechando o ano com uma fatia de 4,64% do investimento total em mídia. Em seguida veio a TV por assinatura, que viu as verbas publicitárias crescerem 22,95% e sua participação no bolo passar a 3,86%. Em volume de recursos, o destaque ficou com a TV aberta, que recebeu dos anunciantes 21,6% mais que em 2009, totalizando R$ 16,4 bilhões, o que significou 62,9% dos investimentos totais, um recorde desde que o estudo começou a ser feito, em 1990.
Não só pela Copa do Mundo, no ano passado, a TV aberta foi privilegiada pelos anunciantes - observa Salles Neto. Na mídia impressa, as verbas destinadas as revistas cresceram 14,9% (para R$ 1,96 bilhão) e aos jornais, 3,4%, alcançando R$ 3,24 bilhões. A fatia dos jornais no bolo total ficou em 12,36%, contra 7,5% das revistas. Os investimentos em radio aumentaram 10,9%, para R$ 1,09 bilhao, ou 4,18% do total.
Em volume bem menor, as verbas aplicadas no cinema cresceram 12,97% e chegaram a R$ 92,2 milhões ( 0,35% do total). Os guias e listas apresentaram desempenho negativo, com queda de 7,78% nas verbas recebidas de anunciantes, para R$ 328 milhões, com 1,24% de share. Trata se de uma redução que vem acontecendo ao longo dos últimos anos por causa do acesso mais fácil - e customizado - a listas e guias na internet.
Fonte: O Globo
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